sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Go fast que o resto é trash!

A lei é fast-food, Internet rápida, carros de corrida em ruas de cotidiano, louça de plástico, toalhas de papel, segundos em relógio de ponteiro, centésimos nos digitais. Os outdoors, os comerciais de TV, os pop-ups dos sites, os drive-thrus, as agências de notícias repetem o mantra: consuma, consuma, mas consuma rápido, descarte, deixe pra trás, esqueça os dejetos, siga em frente.

A história mostra que a sociedade é movida à base do consumo há séculos, o que diferencia o atual consumismo é a matéria dos objetos de consumo, eles não precisam mais ser materiais. Consome-se diversão, entretenimento e informação a velocidade desenfreada.

Aí, formam-se pilhas de papel bloqueando a luz da janela ou gigabytes de arquivos ocupando a memória do computador. Mania de guardar? Antigamente, era útil manter velhos trabalhos, estudos e textos interessantes em casa para usar numa próxima pesquisa, pois era mais prático do que procurar tudo de novo.

E hoje? Oras, na maioria dos casos, dá mais trabalho manter esses gigantescos arquivos pessoais longe das traças do que pesquisar seu conteúdo novamente. Além do mais, a validade das informações arquivadas é extremamente curta, o que o obriga a pesquisar as atualizações sobre o tema antes de usar as informações guardadas.

Agora, alguém me explica por que, mesmo assim, tenho tanta dificuldade em me desfazer daquela enxurrada de revistas, jornais, folhetos, fragmentos de livros xerocados, anotações e até gravações de voz, que inundam o chão do meu quarto?

Acho que sou nostálgica demais pra desprezar o passado sem dó. Também nunca fui de confiar piamente em santos, São Google que me desculpe. Ah, alguém me arruma um espanador? (Ou eles já saíram de circulação?)

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois é! Até nos carteiros estamos sendo aos poucos tirados de circulaçao devido ao E-mail akele desgraçado do Hotmail safado!

O que será da minha perna sarada sem o caminhar nas ruas!

Fabs disse...

Hum, é verdade que na maior parte dos casos a sua pesquisa precisa ser refeita, mas não é só isso que se pode guardar. Eu guardo muito arquivo por razão histórica, seja para ver como eu organizavas as idéias no passado, ou alguns textos para ter uma visão como eu escrevia, ou que idéias eu desenvolvia. É claro, na casa dos meus pais tem muito papel também :-).
Sei lá, eu não vejo muita diferença entre os hábitos de guardar das pessoas "conectadas" e o seu. Vejo apenas a questão prática de ter Gigas da minha vida em um pedaço de silício guardado dentro da minha mochila, quando não em um servidor de arquivos público (como box.net) onde eu posso pegar em qualquer lugar, se eu lembrar do poema bonito que eu escrevi no, vamos dizer, segundo grau, para manter o tom de nostalgia :p.

Seu mantra tem muito a ver com um vídeo que eu vi outro dia, sobre o ciclo de vida dos produtos, http://www.storyofstuff.com/, se você não viu ainda, vale muito a pena.