sexta-feira, 2 de maio de 2008

Síndrome do tédio frenético

Mais uma anomalia moderna. Atenção, pesquisadores de curiosidades (ir)relevantes de plantão! Hey, vendedores de tratamentos cura-tudo! Eu sou anormal, venham me entrevistar, achem um antídoto, façam um levantamento de pessoas com a mesma síndrome em relação ao total da população psiquicamente saudável de Plutão! O mundo não pode ficar por fora, é preciso informar o povo, é preciso escrever livros de auto-ajuda (quem sabe, até criar um Centro de Tediosos Frenéticos Anônimos ou chamar o Mc Marcinho, a Amy Winehouse e os ressuscitados Backstreet Boys pra gravar uma música composta pelo Tiririca cuja venda do single será revertida em prol do crescente número de acometidos pela anomalia... Ah, sim e, cuidado, você pode ser o próximo, não esqueça de virar os vasos da sua casa de ponta cabeça para que não se acumule água)!

Sindromis tediosus-freneticusis sapiens-não-sapiens: Distúrbio crônico do lóbulo de entretenimento cerebral que pode causar o inchamento do departamento de elaboração de abobrinhas mentais do córtex frontal.

Sintomas: Sentimento de tédio em 90% das atividades realizadas ao longo dos dias (sejam dias úteis, finais de semana ou feriados), mesmo quando essas atividades excedem a carga horária média para um ser humano moderno normal. Falta de surpresa e empolgação com eventos considerados super-fantásticos. Confusão quanto a planos futuros. Ofuscamento do passado. Excessivo trabalho mental de pensamento megalomaníaco em tudo, todos e todas as possibilidades possíveis e inimagináveis.

Causas: Ainda não se sabe ao certo, mas cobaias apresentaram pró-atividade 85% acima dos níveis normais verificados em formigas saturnianas saudáveis, preocupação 30% maior que a de mães em dias de chuva e vento, inquietude 25% maior que a de homens em shoppings, intensidade emocional 97% mais intensa do que a provocada pela exposição a sete horas seguidas de barracos do programa do Ratinho e novelas mexicanas.

Tratamento: Desaceleração da velocidade da luz, doses de 50 mg de chocolate meio-amargo 12 vezes ao dia, 10 horas semanais de trabalho voluntário, destensionamento do lóbulo de preocupações inúteis por meio de doses de risadas com amigos, amaciamento do córtex ocular de diversão imposta por meio do assopramento de dentes-de-leão de calçadas silvestres, aplicação do método da martelada na cabeça cada vez que o paciente disser “acho que estou ficando neurótico”, escrever textos como este em pleno horário de trabalho, desligar o computador, ligar para um amigo, tomar sorvete com caldas coloridas, dormir no sofá, falar consigo mesmo, olhar as estrelas.

Ao persistirem os sintomas, fale com o seu cachorro, eu falaria.*



*Quem não tem cão, caça com gato, galinha, iguana, borboleta, ácaro, centopéia ou ornitorrinco.**

**O Ministério da Saúde adverte: falar sozinho causa constrangimento hilário; não acredite em tudo o que você lê na internet (leu bem?).

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