sábado, 28 de novembro de 2009

mais que garoa'''

quando chove por aqui, chove a cidade inteira
derretem-se as fachadas dos arranha-céus
e as esperanças de chegar cedo em casa
a água cai como as roupas dos varais esquecidos
e os cães trovejam sua audição privilegiada
há até trânsito de guarda-chuvas nas calçadas
e as gotas fazem arte nos retrovisores das motos
os chorões perdem o controno de suas folhas
e as flores ficam ainda mais coloridas
auréolas formam-se ao redor dos postes de luz
e até as lombadas crescem com a irrigação
um pássaro relampeja debaixo do ponto de ônibus
e alguém chove pensamentos janela abaixo
enquanto os penteados fogem sem classe alguma
e as crianças viram raios nas poças d'água